“Janjapalooza” será festival de gastos com dinheiro público e patrocínio de estatais

janjapalooza

Enquanto o Brasil lida com uma economia em crise e necessidades urgentes de cortes de gastos, o governo federal parece ter encontrado uma nova prioridade: patrocinar o que vem sendo chamado de “Janjapalooza,” um festival idealizado pela primeira-dama, Janja. Digna do mais escancarado deboche da cara dos brasileiros, estatais como Banco do Brasil, BNDES, Caixa, Itaipu e Petrobras desembolsam recursos para promover um evento que diz ser para “combater a fome ou a miséria” com shows e performances artísticas.

Cada um dos 29 artistas que se apresentarão receberá R$ 30 mil de “cachê simbólico” fechando um total de R$870 mil reais apenas nesse quesito. Em um país com profundas desigualdades sociais, tal gasto soa no mínimo desconexo, especialmente considerando que esses valores provêm dos cofres de estatais — ou seja, do bolso do cidadão. E essa extravagância tem justificativa oficial: construir uma “rede colaborativa” e promover um “impacto duradouro” na segurança alimentar. Impacto este que se dá, aparentemente, via concertos e entretenimento.

Se a segurança alimentar é de fato o objetivo, é questionável que o dinheiro vá parar no bolso de artistas em vez de compor ações concretas e duradouras para comunidades vulneráveis. Em um momento de crise fiscal, com impostos altíssimos sufocando a população, ver o dinheiro público ser direcionado a festivais causa repulsa e acende um sinal de alerta quanto à seriedade da gestão.

Para piorar, a promessa de transparência é apenas isso: uma promessa. As informações financeiras detalhadas sobre o evento ainda não foram reveladas e devem ser divulgadas “posteriormente.” A primeira-dama, que centraliza a organização, passa de uma figura política coadjuvante a uma protagonista de shows e luzes. A promoção pessoal de Janja, que carrega o evento nas costas e nos holofotes, fica evidente.

Além disso, o festival conta com patrocínios adicionais de peso: a Prefeitura do Rio de Janeiro, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). Em uma nação que clama por mais segurança, saúde e educação, é de se questionar o que leva esses parceiros institucionais a desviar seus recursos e seu prestígio para uma festa cultural.

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Por fim, a cereja do bolo é o caráter simbólico desse festival. Ele se torna um ícone de um governo que parece preferir o brilho do espetáculo ao compromisso com as urgências do povo. Com uma postura que evoca glamour e show em detrimento da austeridade e da eficácia, o “Janjapalooza” levanta questões mais profundas sobre a seriedade da gestão pública e sobre o respeito ao contribuinte brasileiro.

O festival promovido pela primeira-dama torna-se um sinal alarmante de descompasso entre o governo e as necessidades reais do país.

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